27 janeiro 2011

Quem me dera ...




Solidão
É o que me faz ver o mar
navegar, velejar
É o que me faz sofrer
reviver e padecer
É ausência do que se quis
É procura sem resposta
É ser atriz
e não achar proposta
É se remoer
se debater, sem entender
É espera
Quem me dera ...

26 janeiro 2011

Soneto

Vida tão curta
Breve e singular
Em meio a tanta gente culta
Tem-se esquecido de amar

Que se dane a bolsa de valores
Existem pessoas que precisam de amor
Perdida em meio a seus temores
Tentam camuflar a dor

E de que adianta saber ?
Em meio a tantas fatalidades
O que importa é viver

Estranho modo de existir
Talvez soubéssemos o que fazer
Podem conjulgar o verbo sentir ?

Precisa-se de amigos
Sabe o que é ?
Perdi meus títulos

25 janeiro 2011

Tive fome ...

O que aconteceu com o mundo ?
Alguem pode me explicar ?
Vejo reflexo de vidas sem amor

Onde foi parar a caridade
e tudo o que aprendemos ?
até quando poderemos
viver nessa hipocrisia ?

Que amor é esse que se prega ?
Onde estão os que deveriam ajudar ?
Estão se enganando com outras idéias
impondo padrões inúteis
Julgando ao invés de amar

Não se permitem enxergar
e pensar no que importa
existem pessoas à sua porta
e você às ignora
Tente, tire a venda dos olhos.

"Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes." (Mateus 25:42-46)

19 janeiro 2011

O mendigo


Andando pela rua
Tanta sujeira. Tristeza!
Muito perto de mim
E eu ? sigo minha estrada
aquela face cansada
triste e desesperada
Aqueles pés descalços
As roupas sujas
O cabelo despenteado
Sentado na calçada
Me olhava como quem
implorava
Aqueles olhos pareciam
me pedir socorro
E o que eu fiz ?
Fechei os ouvidos
E o que eu faço todo dia ?
Me pergunto o porque
E consigo achar o culpado
Basta olhar no espelho
Cada célula da humanidade
Deu a sua contribuição
E agora, quem vai dá a solução ?

04 janeiro 2011

Protesto


Permita-me a palavra
Vou fazer um protesto
Em prol do menino que clamava
Cansado de ser objeto
Cansado da hipocrisia
Ele lutava contra todos
Clamava noite e dia
Mas quem o ouvia eram tolos
Falava sobre ódio
Sobre a falsa caridade
Se chegasse a algum sóbrio
Talvez tivesse validade
Sábias palavras soavam
Faziam apelo ao amor
Que alguns doavam
E a outros causavam terror
Essa voz se calou
Lutou contra a corrente
Até que um dia cansou
Quem dera vivesse contente
Mas não, ele ainda chora
Afinal, tudo continua
A demagogia não foi embora
Apesar disso, com fé, ele ora

03 janeiro 2011

Feita de barro


Feita de barro, com todas limitações
Tanta fraqueza, tanta tristeza
E mais frieza
Feita de barro
Palco de desânimo e fragilidade
Insensata forma de ser o que não se é
Independente que depende tanto
Feita de barro
Perdida na própria mente
Desligada da essencia do crer
Cansada de esperar o que não busca
Feita de barro
Insegura menina determinada
O dualismo que marca
A inconstância que permanece
Feita de barro
A meiguice e a razão
E mais uma vez, dualismo
A resposta pertinente
O que é o barro sem a essencia ?
É apenas barro
Criatura sem alma
Alma sem Criador

02 janeiro 2011

METADE


Frágil raça humana
Triste dualismo
Metades que se encontram
Ao tempo que se opõem
A metade que é carne
A metade que é o espírito
A metade que teima e cai
A metade que é o Deus que habita em nós
A metade que tem ódios
A outra transborda amores
A metade que não se contém
A outra que tenta conter
Metades que travam guerra
Lutam entre si
O homem tenta escolher
Se a primeira ganha
Sinal de derrota
A cada vitória da outra
Um passo ao céu